sexta-feira, fevereiro 08, 2008

Bancos de Ribeirão

Nestes últimos tempos temos vindo a assistir pelos meios de comunicação social a uma série de notícias sobre o maior grupo privado português, o Millenniumbcp.

Depois de falhada a OPA sobre o Banco Português de Investimento (BPI), e da mudança no conselho de administração, nomeadamente no cargo de presidente, deixando Paulo Teixeira Pinto de o ser, cedendo a sua posição a Filipe Pinhal, depois de termos observado uma potencial fusão entre o Millenniumbcp e o BPI, temos agora mais um golpe de teatro deste que foi sem dúvida um exemplo de Best Practices a nível europeu no sector da banca. A saída atribulada do seu fundador, Jardim Gonçalves, depois de mais escândalos relacionados com um alegado perdão de uma dívida ao seu filho a que se seguiu também o abandono de Filipe Pinhal despoletou uma nova tentativa de estabilização da administração do banco com o avançar do nome de Carlos Santos Ferreira, que deixa assim a Caixa Geral de Depósitos (CGD) para assumir a presidência do Millenniumbcp. Aguardam-se pelos próximos episódios desta novela da banca portuguesa.

Todos sabemos que o Millenniumbcp é não só o banco mais antigo de Ribeirão, tal facto leva a que a maior parte dos ribeirenses tenha nesta sucursal as suas poupanças, as suas contas. A sucursal do Millenniumbcp na nossa vila não sente qualquer impacto desta crise que se encontra a viver a nível administrativo, e esta não poderá ser razão para perder confiança nos serviços que nos prestam à já algumas décadas. Mas o que é facto é que com a evolução dos tempos, Ribeirão tal como aconteceu ao Millenniumbcp cresceu, cresceu de tal modo que o Banco Espírito Santo (BES) e o BPI decidiram avançar com as suas posições neste pequeno mas importante mercado que é a nossa vila.

A abertura de novas sucursais de outros bancos é bastante evidente. O Banco Santander instalou-se no antigo “Café do Cego”, enquanto que o Banco Popular aproveitou uma diferente localização, face à EN14, junto à ponte sobre o rio Ave para marcar posição na conquista de mercado em Ribeirão. Especula-se também que a CGD venha a ter instalações junto à igreja, desconhecendo-se ainda a sua localização exacta. De referir que também em Fradelos com a abertura de uma nova agencia do BES demonstra o potencial com que é visto o crescimento desta zona a sul do concelho de Vila Nova de Famalicão.

Curiosamente, ao verificarmos as localizações destes prestadores de serviços conseguimos perceber uma nova centralidade em Ribeirão, a nova zona comercial tradicional e de serviços da vila muda-se do Outeiro para a Av. 3 de Julho, junto ao estádio do Passal, e deste modo sentimos que estamos também a criar novos hábitos de consumo. A importância que hoje em dia se dá às entidades bancárias é diferente desde que o acesso ao crédito foi facilitado. Isso também se fez sentir na própria concorrência entre os bancos e principalmente na sua estratégia de expansão.

Os diversos serviços bancários e produtos financeiros disponibilizados por estes bancos presentes em Ribeirão apenas vêm beneficiar os consumidores. Mas acima de tudo devemos observar este súbito investimento na nossa vila como um sinal de confiança no crescimento populacional, económico e empresarial. Uma vila com mais de 8.300 habitantes, onde cerca de 20 por cento são menores, coloca apenas 6000 potenciais clientes particulares, o que divididos em partes iguais pelas 6 sucursais dariam cerca de 1000 clientes por cada agência. Não justifica o investimento de um banco que quando começa, como é natural, começa do zero. Assim sobra o imenso potencial empresarial existente quer em Ribeirão quer nas vilas vizinhas para preencher e rentabilizar um investimento desta envergadura.

É claro que para entidades como estas umas sucursais cobrem sempre o prejuízo de outras, mas hoje em dia já ninguém investe para marcar posição, principalmente se não existir potencial de rentabilidade.

sedento@hotmail.com